A ADVERTÊNCIA FINAL
Continue o injusto fazendo
injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da
justiça, e o santo continue a santificar-se. – Apocalipse 22:11 (ARA).
O texto de Apocalipse 22:11
apresenta-nos uma advertência solene e decisiva, referindo-se ao estado
final de cada ser humano antes da consumação de todas as coisas. A passagem
deixa claro que chegará um ponto em que não haverá mais mudanças,
arrependimento ou oportunidade de transformação.
No verso acima, temos dois pares contrastantes: o injusto e o
imundo, que representam o mal; o justo e o santo, que representam o bem. Estes
dois grupos englobam todas as classes de ímpios e piedosos, dividindo a
humanidade em termos de seu comportamento moral e espiritual.
Os injustos e imundos pecam contra si mesmos e contra o
próximo.
- Pecado
contra o Próximo - injusto em relação aos semelhantes; oposto a
"correto" ou "justo". Mais literalmente, aquele que faz
algo injustamente, que continue fazendo injustamente. Aquele que é sem lei
(grego, 'anomos') continue sem lei; e aquele que é justo continue justo.
- Pecado
contra Si mesmo - imundo — A palavra "imundo" aqui refere-se ao
imoral, ao corrupto, ao profano, em relação à própria alma como impura diante
de Deus; oposto ao santo", que é consagrado a Deus como puro.
O versículo destaca o que parece ser uma última mensagem de
alerta aos seres humanos antes do juízo final, indicando que, quando o tempo da
graça se encerrar, cada pessoa permanecerá no estado que escolheu durante sua
vida. Esta separação definitiva reflete a seriedade da escolha moral de cada um
e a inevitável consequência de suas ações. Ao dizer que "continue o
injusto fazendo injustiça" e "continue o imundo sendo imundo", o
texto não incentiva a permanência no pecado, mas profetiza o resultado final
daquelas vidas que rejeitam a graça de Deus.
Neste contexto, podemos aprender quatro lições importantes
para nossa reflexão:
Primeira Lição: O Livre-arbítrio e a Construção do Destino
A primeira lição aborda o poder do livre-arbítrio como um
elemento essencial na construção do destino de cada indivíduo.
A justiça ou a impiedade não são condições acidentais ou
impostas por forças externas, mas, o fruto das nossas próprias escolhas,
repetidas ao longo da vida.
Através do livre-arbítrio, Deus nos concede a
responsabilidade de sermos agentes de nossa própria história, construindo o
destino com base nas decisões morais que tomamos.
"Semeie uma atitude — colha um hábito; semeie um hábito —
colha um caráter; semeie um caráter — colha um destino" resume bem o processo
de formação do ser humano. A cada decisão, seja ela boa ou má, estamos moldando
nosso futuro eterno.
Esta lição ressalta a importância do homem cultivar atitudes
corretas, pois elas determinam o curso de nossa vida espiritual. Se as atitudes
de justiça e piedade são semeadas, o fruto será um caráter justo, mas se
semeamos injustiça e imundície, colheremos um caráter corrupto e um destino de
perdição. Isso reflete a seriedade da liberdade que Deus nos concedeu: não
somos meros espectadores passivos, mas participamos ativamente na criação do
nosso futuro.
Segunda Lição: A
Advertência sobre o Pecado e o Chamado ao Arrependimento
A segunda lição esclarece que as palavras de Apocalipse 22:11
não devem ser entendidas como uma ordem para continuar pecando. Ao contrário, o
texto é uma advertência para que os homens despertem para o estado de suas
vidas e para o perigo de permanecer no pecado sem arrependimento. Aqui, entendemos
que "o mundo será pior antes de melhorar". O pecado deve atingir seu auge antes
do retorno de Cristo, e isso é uma importante chave escatológica.
O versículo sugere que o pecado terá seu espaço de ação, mas também
faz um chamado urgente ao arrependimento. O tempo é curto, e a graça ainda está
disponível, mas essa oportunidade não durará para sempre. O perigo é que,
aqueles que ignorarem as advertências divinas, continuarão em seu estado de
pecado e rejeição para sempre.
Essa lição nos ensina que a rejeição contínua da graça de
Deus pode levar a uma condição irreversível. A advertência final de Apocalipse
não é uma declaração de desespero, mas uma última chance de arrependimento. É
um chamado para que os homens reconheçam a gravidade de seu pecado, não apenas
em relação ao futuro, mas no presente, enquanto há tempo para mudança.
Terceira Lição: A
Irreversibilidade do Estado Final
A terceira lição destaca a terrível realidade da
irreversibilidade do estado final após a morte. Uma vez que o indivíduo tenha
passado desta vida para a eternidade, seu estado espiritual será fixado para
sempre, sem chance de regeneração, arrependimento ou mudança de caráter.
Aqueles que morreram injustos ou imundos, assim permanecerão eternamente; o
mesmo ocorre com os justos e santos. Hebreus 9:27.
No porvir haverá a separação definitiva entre os justos e os
ímpios. Essa divisão, que já é percebida no âmbito moral e espiritual durante a
vida, se tornará eterna. O texto nos mostra que não haverá meio-termo no
julgamento final. Os "injustos" e "imundos" representam
aqueles que, por suas escolhas, se afastaram de Deus e da Sua verdade. Esses
termos não se referem apenas a ações pontuais, mas a um estado contínuo de vida
— aqueles que constantemente praticam a injustiça contra os outros e aqueles
que vivem em impureza, corrompendo suas próprias almas.
Por outro lado, os "justos" e "santos"
são aqueles que, mesmo imperfeitos, buscaram viver de acordo com os mandamentos
de Deus, praticando a justiça e buscando a santidade. A vida de cada pessoa,
marcada por escolhas e condutas, culminará em um destino irrevogável. Este é um
lembrete poderoso de que nossa caminhada neste mundo é uma preparação para a
eternidade.
Essa advertência é poderosa e tem o objetivo de despertar os
ímpios para a realidade de que, além do túmulo, não haverá mais oportunidade de
purificação ou salvação. Para o pecador, o pensamento de que permanecerá
eternamente impuro, além de qualquer possibilidade de redenção, é assustador.
Por outro lado, para os justificados em Cristo, há a promessa de uma eternidade
de pureza e santidade, sem mais luta contra o pecado.
As Consequências
Eternas
A punição do pecado é pecado, a recompensa da santidade é
santidade.
A punição eterna não é propriamente um castigo adicionado por
Deus, mas o resultado que segue à própria natureza das coisas, como o fruto
resulta do broto. Nenhuma punição pior Deus pode impor aos homens ímpios do que
entregá-los a si mesmos.
O pecado no mundo eterno será deixado às suas próprias
consequências naturais. Por outro lado, a santidade se desenvolverá ali em
santidade perfeita, que é felicidade.
A terceira lição, portanto, é a afirmação de que a condição
eterna do homem será fixa. Tudo além do julgamento será imutável para sempre.
Quarta Lição: O Convite
à Santidade e à Justiça
Por fim, a quarta lição que podemos tirar desta advertência é
o "chamado à santidade e à justiça".
O versículo, ao mesmo tempo em que declara o fim da
oportunidade de mudança para os ímpios, encoraja os justos a continuarem
firmes. Aqueles que praticam a justiça devem continuar a fazê-lo, e os que se
santificam, que continuem nesse caminho. Há aqui uma ênfase na perseverança,
lembrando-nos de que a caminhada cristã exige constância e fidelidade até o
fim.
O "continuar" no texto refere-se à necessidade de
que os santos e justos permaneçam vigilantes, cultivando suas vidas espirituais
e resistindo às tentações que o mundo oferece. Não se trata de uma salvação
pelas obras, mas de uma evidência externa de uma fé viva e transformadora. Deus
deseja que Seus filhos sejam justos e santos, refletindo o caráter de Cristo em
suas vidas. Portanto, esta advertência final não é apenas um aviso aos ímpios,
mas um apelo ao povo de Deus para que persevere na fé, mesmo diante das
dificuldades e desafios.
Conclusão:
Essas quatro lições trazem uma mensagem solene:
Concluímos que Apocalipse 22:11 é uma advertência final, que nos
chama a refletir sobre nossa vida e a urgência de estarmos preparados para o
que virá.
A vida presente é o tempo da decisão. A decisão que tomamos
agora, seja de buscar a justiça ou de rejeitá-la, terá consequências eternas. A
condição imunda será fixada para sempre, assim como a condição justa será
eternamente preservada pela justiça de Cristo imputada aos seus santos.
O texto nos alerta sobre a irrevogabilidade do destino final,
a separação definitiva entre justos e ímpios, e nos convida a buscar a santidade
e a justiça enquanto ainda há tempo.
Deus, em Sua justiça e misericórdia, oferece a todos a
oportunidade de mudança, mas haverá um momento em que essa oportunidade
cessará.
O texto de Apocalipse 22:11 não é apenas uma profecia sobre o
destino final da humanidade, mas um apelo para vivermos de maneira sábia e
consciente, aproveitando o tempo de graça que ainda temos para nos voltarmos a
Deus. Que possamos, enquanto vivemos, escolher a justiça e a santidade,
preparando-nos para estar eternamente com o Senhor.
Pense nisso e que Deus nos abençoe rica e abundantemente. Amém!