O homem natural não tem os recursos e as
habilidades necessárias para entender as coisas de Deus.
14 Ora, o homem natural não compreende as
coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las,
porque elas se discernem espiritualmente. 15 Mas o que é espiritual discerne
bem tudo, e ele de ninguém é discernido. 16 Porque quem conheceu a mente do
Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. 1 Co
2:14-16.
Portanto,
quando alguém diz que Deus não se comporta "logicamente" em alguns casos, essa
pessoa certamente não é renascida e está
analisando a situação com uma abordagem rasa, sem a lógica devida contemplada
nas Escrituras, porque não tem a mente de Cristo.
Vejamos alguns exemplos:
Quem
quiser ser o maior seja o menor – Mt 20:27. Deus se refere à humildade em contraste com
a prepotência; refere-se a uma liderança servidora em oposição a uma liderança
tirana e que não se importa com os outros.
É melhor dar do que receber, Atos 20:35.
O
mundo aprende a acumular para si riquezas, mas Deus, ensina que melhor é dar do
que receber; que a verdadeira riqueza deve ser acumulada nos céus; portanto
devemos ser ricos para com Deus.
É melhor dar do que receber, Atos 20:35.
Por quê?
I. Porque o significado
da vida está em amar a Deus e ao próximo.
II. Por causa da
alegria da doação.
III. Por causa do impacto transformador nas pessoas.
IV. Por causa do princípio da semeadura e colheita.
(1 Tm 6:18-19; Sl 37:26; Pv 11:25; 22:9)
Se
estudarmos bem as Escrituras sob a luz do Espírito Santo, veremos que Deus
nunca se comporta de maneira ilógica no sentido adequado. O que acontece
algumas vezes é que Deus não age do modo que nós julgamos ser o mais sensato ou
lógico. Deus não viola em seu ser ou pensamento as leis fundamentais da lógica.
Jesus, o Lógico
Jesus
fez uso da lógica com os homens comuns e também com sábios e inteligentes.
Jesus
Cristo usou a lógica de modo exato, poderoso e preciso em seu ministério,
ensino e debates nesta terra. Para constatar isso, vejamos alguns exemplos.
Considere Mateus 22:23-33, onde os saduceus levantam um argumento "reductio
ad absurdum" contra Jesus.
Jesus
observa com muita habilidade que o dilema que seus oponentes apresentaram, carrega
uma suposição errônea e maliciosa: Fica implícito na pergunta que "se houver
ressurreição, na vida após a morte,
haverá adultério ou poligamia porque sete homens coabitaram com a mesma
mulher.
Jesus
nega que exista casamento na vida após a morte (Mateus 22:29-30) e, numa
simples declaração, ele mina o dilema que os saduceus levantaram.
Em Marcos 11:27-33, os líderes religiosos estão desafiando a
autoridade de Jesus, e ele rebate o argumento com uma pergunta:
"O batismo de João foi do céu ou dos homens?".
Analisando
a pergunta de Jesus:
(1)
Se o batismo de João vem do céu, então os críticos deveriam acreditar no ensino
de João sobre Jesus;
(2)
Se o batismo de João não vem do céu, mas de homens, então os críticos estão em perigo
por causa do povo.
(3)
Ou o batismo de João vem do céu ou dos homens. Os críticos deveriam acreditar
no ensino de João ou colocar-se em perigo por parte do povo. Percebendo que
Jesus os havia colocado diante de um dilema desagradável, os críticos
responderam dizendo: "Não sabemos de onde veio o batismo de João".
E
assim, Jesus pode dizer: Nem eu tampouco lhe revelarei com que autoridade estou
realizando essas obras.
Jesus
Cristo foi um mestre em lógica durante o seu ministério nesta terra. Ele usou
uma ampla variedade de argumentos e o fez com habilidade extraordinária.
A
passagem bíblica em Lucas 13:14-16
oferece um exemplo do uso de um argumento a "fortiori" por parte de
Jesus para defender sua ação em relação ao sábado. Nessa situação, Jesus foi
atacado pelos fariseus por curar uma mulher que havia sido "amarrada por
Satanás" por 18 anos em um dia de sábado, considerado pelos fariseus como
um dia de descanso e de observância estrita da lei.
O
termo a fortiori significa a partir "do mais forte" e se refere a argumentos que buscam
provar um ponto "menor" apelando para um ponto "maior" já comprovado. Se alguém
consegue correr 12 quilômetros por dia,
presumimos que ele consiga correr cinco. Se receber um salário de 50
dólares por mês é considerado uma quantia abaixo da pobreza, podemos concluir
que aquele que recebe apenas 40 dólares por mês, também vive em condições abaixo
da pobreza.
Ao
apresentar seu argumento aos fariseus, Jesus estabelece duas premissas para
construir seu caso.
¹A
primeira premissa afirma que é amplamente aceito pelos fariseus soltar o gado
de seu estábulo para levá-lo para beber água no sábado. Essa prática era
permitida porque envolvia cuidar dos animais, evitando que sofressem sede e
desconforto. Jesus aponta para essa prática já aceita pelos fariseus como uma
base de aceitação para sua argumentação posterior.
Em
seguida, Jesus passa para a ²segunda premissa, afirmando que uma mulher, que
era uma filha de Abraão, ou seja, uma descendente do povo de Israel, havia sido
amarrada por Satanás por 18 anos e foi libertada por ele no sábado. Aqui, Jesus
ressalta que essa mulher, como ser humano, possui um valor ainda maior do que o
gado solto para beber água. Ele destaca a injustiça de permitir o cuidado dos
animais no sábado, mas se opor à libertação e ao alívio do sofrimento humano no
mesmo dia.
A
partir dessas premissas, Jesus ³conclui que se é aceitável soltar o gado no
sábado para garantir seu bem-estar, então deve ser ainda mais aceitável soltar
uma filha de Abraão, ou seja, uma pessoa, em uma situação de opressão e
sofrimento. Com isso, Jesus desafia a visão limitada dos fariseus, destacando a
importância dos princípios mais amplos de compaixão, justiça e cuidado para com
o próximo.
Veja
que Jesus usou simplesmente a lógica para justificar a cura no sábado. Ele não fez uso de
doutrinas e nem de passagens das Escrituras. A sua argumentação foi lógica e
ela é eficaz porque explora a incoerência da posição dos fariseus. Jesus os
confronta com sua própria prática aceita em relação ao gado e os leva a
reconhecer a maior importância e valor de uma vida humana em relação aos
animais. Ao fazer isso, Jesus não apenas defende sua ação de curar no sábado,
mas também oferece um ensinamento valioso sobre a importância do amor e da
compaixão em relação aos preceitos legais estritos.
Esse
episódio demonstra a habilidade de Jesus como mestre em lógica e retórica. Ele
utilizou argumentos persuasivos para expor as contradições e a falta de
coerência nas interpretações dos fariseus, chamando-os a refletir sobre o
verdadeiro significado da lei e a importância de agir com compaixão e justiça.
Ao fazer isso, Jesus revela sua sabedoria e sua compreensão profunda dos
princípios fundamentais que regem a conduta humana.
Conclusão
Embora
Jesus não tenha desenvolvido uma teoria sobre a lógica ou ensinado formalmente a
lógica como um campo de estudo, é perfeitamente claro nos Evangelhos que ele fazia
uso de formas e leis lógicas em seu pensamento e discurso. Nós, que somos seus
seguidores, podemos e devemos fazer o mesmo.
Pense
nisso e que Deus nos abençoe rica e abundantemente. Amém!
Leitura Recomendada:
Teologia Natural – Da Revelação Divina à
Percepção Humana
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– Sistema cognitivo de análise situacional.
ZOELÓGICA
– A lógica da Vida – um modelo biblicamente fiel e logicamente coerente.
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