Sabedoria Financeira

18/07/2022

A riqueza em si é neutra. Não é má nem boa; dependendo do uso ela pode ser má ou boa. Jesus nos alerta desde o primeiro versículo a pensar no uso que fazemos dos bens que Deus nos confiou para sermos administradores nesta terra: bens materiais, dinheiro, capacitação, títulos, cargos, patrimônio, experiência profissional, contatos, talentos, capacidades físicas, tempo, etc.

O que quer que tenhamos, a propriedade disso é de Deus; temos apenas o uso temporário dela, de acordo com a direção de nosso grande SENHOR, e para sua honra.

Os primeiros santos já diziam: "Se eu tenho duas túnicas e meu irmão está passando frio, a segunda túnica não é minha, pertence a ele." Esta radicalidade vem nos mostrar que o que temos nos foi dado para o nosso bem e do próximo.

Somos Mordomos de Deus

Somos todos mordomos dos bens do SENHOR, mas desperdiçamos muito e usamos os recursos somente em benefício próprio! Ao agirmos assim, o nosso Deus pode nos privar de nosso posto e confiança! Os bens podem ser tirado de nós ou nós sermos tirados desta vida.

O Mordomo Injusto

A parábola fala de um administrador injusto que aproveitou a oportunidade para agradar os inquilinos às custas do proprietário. Assim, ele garantiu para si as boas-vindas às suas casas, quando suas carências vieram à tona e ele foi demitido.

Jesus não elogiou a fraude do mordomo, mas ressaltou que os filhos deste mundo são singularmente espertos para garantir seu futuro.

Se os filhos deste mundo fazem um uso incorreto do dinheiro para prover o sustento futuro, quanto mais os cristãos deveriam fazer um uso correto do dinheiro, para serem bem recebidos na glória.

Quando o Mundo Envergonha a Igreja.

Há vários aspectos em que o mundo envergonha a Igreja. Vejamos um deles.

Jesus disse que o filho deste mundo é mais astuto/sábio em sua geração. O filho deste mundo escolheu Mamom para si mesmo, e ele serve ao seu deus, com todo o seu coração, com toda a sua mente e com todas as suas forças. Ele é dedicado, esforçado, perseverante em seu caminho de perdição.

Lamentavelmente não conseguimos ver essa mesma dedicação nos filhos da luz. Não vemos neles as mesmas marcas de sabedoria/dinamismo/esforço.

Os filhos da luz professam fazer do céu o objetivo de suas vidas; mas, na prática, estamos realmente seguindo isso?

Acredito que a maioria de nós serve a Deus, o grande Criador e Soberano Senhor, porém, com menos zelo, com menos afeição, com menos cordialidade, com menos verdade, com menos investimentos do que o servo de Mamom.

Essa é a grande falha e a fragilidade de nossa vida cristã.

Urge uma mudança. Que sejamos tão sábios, ativos e determinados a agradar ao verdadeiro Deus quanto aos filhos deste mundo em agradar a Mamom. Então, no grande dia, Deus aceitará as nossas obras e olhará com graça os nossos esforços de empregar as riquezas deste mundo em Sua Seara e, certamente, seremos recompensados.

Mamom - Uma palavra aramaica que significa riqueza. O termo é usado, também, com referência a um ídolo, o deus das riquezas.

É denominado no texto "riqueza da injustiça", não devido à maneira fraudulenta em que é comumente adquirida ou empregada, mas porque é enganosa e não confiável.

A palavra "injusto", aqui, se opõe às "verdadeiras riquezas" em Lucas 16:11 , e significa "enganoso, não confiável." Esse significado é frequente no Novo Testamento: Veja 1 Timóteo 6:17 ; 12:33 ; Mateus 6:19 ; Mateus 19:21 .

A riqueza do mordomo era enganosa; ele não podia confiar em sua continuidade; a riqueza era passível de ser retirada a qualquer momento. A riqueza do mundo é temporal e enganosa. Não podemos "calcular" a sua continuidade.

As riquezas terrenas prometem muito, despertam esperança e confiança, mas são enganosas, em oposição às verdadeiras riquezas, celestiais, que nunca decepcionam a expectativa dos filhos do Reino.

O dinheiro pode nos dar apoio ou conforto agora, mas pode ser removido a qualquer momento, ou nós sermos retirados deste mundo.

Fazendo Uma Comparação

Jesus usa à conduta do mordomo para ilustrar a verdade geral do uso adequado das riquezas.

O mordomo administrara seus trabalhos de modo a garantir o sustento futuro para si mesmo, podendo contar com amigos que cuidariam dele quando fosse afastado do cargo. Aquele homem não seria abandonado quando fosse removido de seu trabalho porque soube usar de sua função para conquistar amigos.

Assim, diz nosso Salvador aos publicanos e àqueles que possuíam dinheiro e bens, para usá-los de tal forma que poderiam ter uma garantia quando fossem removidos da vida atual.

Parece um contraste dizer que as riquezas, que promovem todas as seduções ao pecado, devem ser direcionadas a um objeto lícito e aprovado por Deus, como meio de obtermos favores eternos.

Jesus não diz que devemos agir "da mesma maneira" que o mordomo fez, porque isso seria errado; mas apenas que devemos ter "sabedoria" com o uso das riquezas que nos foram confiadas. Podemos ajudar os endividados com Deus e garantir resultados eternos.

Isso pode ser feito usando os nossos recursos em obras de misericórdia e benevolência, contribuindo para o avanço do evangelho, distribuição de literatura cristã, investindo em missões e outras formas de prover os meios para a salvação de vidas, de tal maneira que Deus "aprove" a nossa ação e nos abençoe por isso. E essas pessoas por nós ajudadas certamente serão testemunhas de nossos investimentos para a salvação de suas vidas.

Infelizmente, as riquezas para muitos são armadilhas, um obstáculo à piedade. Em vez de um benefício positivo de um tesouro no porvir, elas são uma armadilha, pois absorvem o tempo e as afeições, e não contribuem para a salvação de vidas e nem para o bem-estar eterno da alma do possuidor.

Jesus ensina-nos que o uso sábio (adequado) do dinheiro nesta vida pode garantir resultados eternos. Por atos de generosidade/caridade, obtemos graça diante de Deus, que prometeu que, aos misericordiosos, se mostrará misericordioso (Salmos 18:25 ).

Que a nossa liberalidade/generosidade possa ser aprovada à vista de Deus.

Alguém que possui grande influência ou riqueza, se ajudar amigos durante a sua prosperidade, certamente terá pessoas que o apoiarão quando for visitado pelas adversidades. Da mesma maneira, o nosso investimento na salvação de vidas, será reconhecido pelo SENHOR como se tivesse sido feito para Ele.

O Tempo de Nossa Mordomia

Jesus nos mostra que o tempo de nossa administração, como mordomos de Deus nesta terra, será curto. Essa certeza de nossa retirada deste mundo a qualquer momento deveria gerar uma compreensão mais sábia quanto ao uso dos dinheiro, fazendo aplicações e bens que nos foram confiados.

O cristão deve usar sabiamente o dinheiro porque quando for retirado de sua mordomia será chamado a prestar contas do que fez com os bens e recursos que o SENHOR lhe disponibilizou nesta terra.

Infelizmente, a maior parte dos cristãos não tem sabedoria financeira; somos egoistas e privamos os necessitados de nossa ajuda e socorro.

Recebidos nos Tabernáculos Eternos

"...eles vos recebam nos tabernáculos eternos".

As parábolas não devem ser forçadas além da sua intenção primária.

A expressão acima parece ser um simples hebraísmo¹: - "Se você usar fielmente seus recursos e bens nesta terra você terá motivos para esperar a felicidade eterna". Veja Mateus 25:33 ; e, para hebraismos semelhantes, consulte no original Lucas 6:38 ; 12:20-21 ; Apocalipse 16:15 .

¹ "Terra de sapo, de cócoras com ele".

O melhor uso que podemos fazer de nossas riquezas é empregá-las na promoção da salvação de outras pessoas.

Se usarmos nossas habilidades e recursos em trazer pecadores a Deus, se nos dedicarmos e investirmos o serviço de nossa mordomia nesta excelente obra, certamente encontraremos a felicidade do mundo vindouro.

Fiel em Tudo

Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes; e quem é desonesto nas coisas pequenas também será nas grandes. Pois, se vocês não forem honestos com as riquezas deste mundo, quem vai pôr vocês para tomar conta das riquezas verdadeiras? E, se não forem honestos com o que é dos outros, quem lhes dará o que é de vocês?

Servo de Quem?

Um escravo não pode servir a dois senhores ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro; ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro.

Afinal, a que sirvo? Esta é a questão central à reflexão de Jesus neste Evangelho. Não dá para servir a dois senhores, não dá para conciliar. Tudo o que eu faço o faço a partir do Senhor da minha vida. Quem é ele? Quem rege minhas buscas, minhas escolhas, meu querer, minhas ações? Qual é a Força que polariza todas as minhas forças? Para quem eu trabalho? Para quem eu estudo? Para quem me esforço? Estas são questões importantíssimas para serem refletidas à luz de Deus sobre elas.

Os fariseus pareciam muito corretos aos olhos de todos, pareciam pessoas de Deus. Mas, segundo o Evangelho, quem eles realmente amavam era o dinheiro. A fidelidade está escondida no coração. E só Deus conhece.

Os fariseus ouviram isso e zombaram de Jesus porque amavam o dinheiro. Então Jesus disse a eles:

"Aquilo que as pessoas acham que vale muito não vale nada para Deus".

Conclusão

Os filhos de Deus devem ser sábios na administração financeira, fazendo o uso correto do dinheiro e todo o bem possível, investindo particularmente na evangelização, onde vidas em débito com Deus podem ser perdoadas e salvas.

Peçamos a Deus a graça de um coração unido a Ele e voltado para o seu querer. Um coração como o de Jesus: para o Reino de Deus.