Perseguição Global

11/02/2023

Os cristão estão sendo perseguidos em muitos países e a tendência é que essa perseguição torne-se global. Estamos às portas da volta gloriosa de Jesus Cristo.

Introdução

Quando a União Soviética invadiu o Afeganistão em 1980, o mundo ficou indignado. As manchetes estavam todas cheias de denúncias ferozes sobre a operação militar. Mas um missionário na cidade de Cabul disse que na época os cristãos podiam evangelizar.

Não acredite em tudo o que é dito na TV. Precisamos entender que os cristãos perseguidos estão em melhores condições de contar a verdadeira história do que nós, a mídia ou o governo.

Crescimento da Perseguição aos Cristãos

A realidade é que cresce a perseguição aos cristãos no mundo inteiro. Em 2002 a perseguição atingiu seu nível mais alto desde que a pesquisa começou em 1993, pela Missão Portas Abertas.

Em agosto de 2021, o grupo radical Talibã tomou novamente o poder no Afeganistão e continuou o trabalho de implantação de um governo baseado na interpretação ultraconservadora da sharia (conjunto de leis islâmicas).

A partir de 2021, o Afeganistão apareceu em 1º lugar no ranking de perseguição aos cristãos. Os radicais islâmicos são os principais inimigos dos cristãos no século 21.

Os extremistas avançam em um ritmo acelerado, da África até a Ásia, criando uma imensa crise de refugiados e de pessoas completamente abandonadas. O impacto disso na vida dos cristãos é devastador.

Zabi, uma cristã secreta afegã, teve o pai sequestrado e morto. Seu irmão continua desaparecido. Graças a Deus, ela e a mãe conseguiram fugir e sobrevivem como refugiadas em um país vizinho, onde recebem ajuda da Missão Portas Abertas.

  • "Nossa situação é desesperadora", afirma Zabi.

A comunidade cristã foi exposta no Afeganistão, centenas foram mortos e muitos conseguiram fugir antes da queda de Cabul; estão espalhados pelos países vizinhos, mas em situações precárias: precisam de alimentos, medicamentos e roupas para sobreviver e tentar recomeçar a vida.

Os cristãos afegãos estão marcados pelo Talibã e podem ser assassinados a qualquer momento. Usando violência física e psicológica, esse grupo radical luta pelo controle de uma população e pela eliminação daqueles que ousam pensar diferente.

O cristão no Afeganistão é considerado um "kafir" (infiel). Se for descoberto é morto imediatamente, ele e a sua família, disse uma refugiada.

Os que puderam fugir não conseguem permissão para trabalhar e ganhar o seu sustento; ainda assim precisam pagar o aluguel de onde moram e a renovação anual do status de refugiado.

Durante a tomada do país, o Talibã tinha uma lista de cristãos e procurava por eles de porta em porta. Grupos de soldados atacavam com violência os que estavam na lista e suas famílias. Muitos foram mortos, outros fugiram e vivem escondidos. Entre os mais afetados, estão os cristãos secretos, como Saad* e Fatimah*.

  • "A dor de viver para Jesus e arriscar tudo para segui-lo não é novidade. Nem para mim e nem para meus avós que também viveram para Cristo e o seguiram", afirma a cristã.

A família decidiu ficar no país, apesar dos riscos que corre. Na noite em que o Talibã tomou o poder no Afeganistão, enquanto os jihadistas comemoravam a vitória, Fatimah dava à luz à filha em sua casa. Saad, o marido, relembra: "Meu pai leu o Salmo 20 para o bebê e para minha esposa do lado de cá da cortina, onde os homens estavam amontoados. Ficamos com medo".

A família vive apreensiva tanto pela crueldade dos jihadistas, como pelo fato de seu nome estar em uma lista do Talibã.

Desde a tomada do país, os radicais fazem visitas domiciliares em busca dos inimigos cristãos.

  • "Alguns de nós foram mortos, sequestrados e outros desapareceram. Parece que vivemos o dia seguinte de uma catástrofe em massa", explica Saad.

Mesmo nessa situação, os irmãos que sobreviveram ainda tentam manter os relacionamentos que tinham na igreja secreta.

  • "Ligamos um para o outro e perguntamos sobre dores, ferimentos, problemas de saúde, tudo em uma tentativa de permanecermos conectados", revela Saad.

Apesar de perderem tudo para a violência, os cristãos afegãos acreditam no poder da intercessão da família na fé.

  • "Nós precisamos que vocês peçam a Deus em nosso favor, para que sejamos fortes. Estamos nos sentimos desorientados e sozinhos. Não podemos pregar sobre o nosso Deus, mas vocês podem, então falem dele e encontrem uma maneira de fortalecerem vocês e a nós nesse tempo de destruição", pede o irmão na fé.

Impulsionados Pelo Mal

A vitória do Talibã encoraja outros grupos extremistas islâmicos ao redor do mundo, tanto os filiados ao grupo como os demais que desejam a imposição das leis islâmicas. Hoje, o Afeganistão é a base para formação de grupos radicais islâmicos.

Em vários países da África a situação é semelhante à do Afeganistão, onde um governo visto como corrupto e fraco conta com tropas internacionais para manter o controle fora das mãos dos jihadistas. Para os radicais, a vitória é certa e virá quando as forças armadas externas retornarem para os países de origem.

Uma cristã idosa teve o filho mais velho de 25 anos assassinado pelos radicais, e o caçula fugiu da região por medo dos ataques. Hoje, ela vive com o marido doente em uma pequena aldeia. Após perder o primogênito, aquela mãe procurou a igreja novamente.

  • "Fui à igreja por causa do meu coração ferido depois que perdi meu filho. Eu disse a mim mesma que lá encontraria paz. Quando ouço a mensagem e as músicas, sou consolada. Agradeço a Deus por tudo, ele está me ajudando a ser forte hoje", reconhece Baldina.

A cristã não tem mais os filhos para prover as necessidades dela e do marido. Ela tem apenas os parceiros da Portas Abertas, que socorreram 400 famílias com ajuda humanitária naquele país em 2021.

  • "Obrigada! Eu sou grata porque recebi não só alimentos, mas também roupas, uma esteira e sal. Se vocês me deram, então Deus me deu", completa Baldina.

A pressão e a violência são usadas como ferramentas para fazer o cristão desistir da fé. Em alguns casos, os radicais têm sucesso, principalmente quando os alvos são recém convertidos sem apoio de uma igreja. Felizmente há cristãos que preferem morrer do que renunciar a fé, como Zabi (mulher), que tem conseguido viver o cristianismo no Afeganistão.

Zabi cresceu no Afeganistão, o país que assumiu o 1º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2022. Ela, o pai e o irmão viviam o cristianismo em segredo. Mas, há cinco anos, o pai dela foi sequestrado, torturado por meses e morto por radicais islâmicos.

Tudo isso aconteceu porque ele era um seguidor de Jesus. Meses depois, o irmão de Zabi também desapareceu e até hoje ela e a mãe não têm notícias dele.

Apesar de perder os homens da família, Zabi continuou no Afeganistão trabalhando com organizações internacionais.

Porém, quando o Talibã tomou o poder, em agosto de 2021, os estrangeiros deixaram o território e Zabi ficou para trás. Graças a Deus, mãe e filha conseguiram fugir para um país vizinho, entretanto, elas estão com muitas dificuldades.

Refúgio na Tempestade

O sentimento de solidão e falta de esperança estão bem presentes na vida de Zabi.

  • "Nossa situação é desesperadora. Estou orando para poder deixar este país e ir para algum lugar seguro. Terei que me esconder, ou serei deportada para o Afeganistão. Posso ser morta se isso acontecer. Não temos comida e nem roupas extras. Não podemos pagar o aluguel de nossa morada", revela Zabi.

Essa cristã e a mãe foram socorridas pelos parceiros da Portas Abertas e o resultado disso é a gratidão:

  • "Agradeço a Deus pela comida e pelas roupas, além de apoio financeiro, orações e encorajamento. Vocês são um fio de esperança para mim. Há uma chance de que eu possa viver".

De acordo com um parceiro local, Zabi ainda está de luto e em choque por tudo o que viveu.

  • "É difícil para ela expressar o que aconteceu e como se sente. Nós apenas temos que estar com ela e ajudá-la como pudermos. Oramos para que Deus abra uma porta para que ela e a mãe estejam seguras".

Conclusão

Os cristãos que ainda vivem no Afeganistão carregam a responsabilidade de ser a luz de Cristo em um país escuro. Eles acreditam que se forem embora só restará destruição para os compatriotas. Estão dispostos a sofrer e a morrer pela fé.

E nós? O que tudo isso tem a ver conosco?

Esses relatos nos sensibilizam? Que lições aprendemos aqui? Que atitudes devemos tomar para ajudar os nossos irmãos perseguidos?

Essa perseguição globalizada poderá chegar ao Brasil? A Igreja brasileira está preparada?

Existe algo que pode ser feito hoje para esse mal não venha sobre nós?

Pense nisso e que Deus nos abençoe rica e abundantemente. Amém!

P.S.:

Mt 24:9 - Então vocês serão presos, perseguidos e mortos. Por minha causa, serão odiados em todo o mundo.

A postagem acima está baseada nas matérias apresentadas na Revista Portas Abertas (nº 2 - Ano 40; nº 2 - Ano 41), sobre a perseguição aos cristãos.