Disciplina Espiritual

27/06/2022

Introdução

Jesus desce a montanha, com os três discípulos que o acompanhavam - Pedro, Tiago e João. Lá, no alto, havia sido transfigurado diante deles, revelando ser realmente o Messias prometido, de quem "Moisés e Elias" (ou seja, a Lei e os Profetas) davam testemunho.

Descendo, pois, da montanha, tal qual Moisés que encontra o povo dividido e entregue à idolatria (cf. Ex 32,1ss), Jesus encontra seus discípulos em apuros, discutindo com os escribas (v. 14).

Certamente essa situação embaraçosa seria mais uma oportunidade de grandes ensinamentos de Jesus Cristo.

Nota: Antes de começar a disciplina do jejum, você precisa definir o objetivo, o tempo de duração e o tipo de jejum a ser feito. Tenha cautela ao definir o tipo de jejum, para não causar sérios prejuízos à sua saúde, física e mental. Em caso de dúvida, converse com os pastores da igreja.

1-Jesus Diante da Multidão

Aproximando-se, a primeira providência de Jesus é inteirar-se do objeto da discussão (v. 16). Ali estava um rapaz para ser curado de um "espírito mudo" (v. 17).

Mas o motivo da discussão não era propriamente a saúde do moço, senão o fato de os discípulos não terem conseguido expulsar o "espírito mudo" que atormentava o rapaz. Jesus responde com indignação (v. 19) diante de duas coisas:

A primeira é a falta de fé do povo; a segunda, a dependência deles de que Jesus lhes resolva todos os problemas.

Por fim, ao seu pedido, lhe trouxeram o menino (v. 20). Como era de se esperar, o "espírito" reagiu gritando a identidade messiânica de Jesus ou sua filiação divina (cf. Mc 1,24; 5,7).

Diante disso o pai do moço faz um pedido a Jesus: "Se podes, tem compaixão e ajuda-nos" (v. 22). "se podes...". Confirmando a repreensão que fizera ainda há pouco, Jesus lhe corrige a falta de fé (v. 23).

A resposta do pai: "Eu creio, mas ajuda-me na minha falta de fé" (v. 24). Sim, pois a fé e a dúvida caminham sempre juntas. E, mesmo já crendo, a fé terá permanentemente uma dimensão de pendência, de "vir a ser". Nunca nesta vida estará terminada a tarefa de crer e será sempre necessário renovar a fé, se quisermos que ela continue viva. E essa fé, pequenina e frágil, que luta por manter-se viva, parece suficiente para Jesus. Pois ele olha em volta, para a multidão, e repreende o "espírito" (v. 25), que o obedece e sai, deixando o garoto como morto (v. 26).

Jesus "toma o jovem pela mão e o levanta, deixando-o de pé" (v. 27) - Quem crê no ressuscitado ressurge com ele e encontra nele força para continuar vivendo.

2-A sós com os discípulos

Em casa, os discípulos retomam o assunto que gerou a discussão com os escribas. No fim das contas, por que eles não conseguiram expulsar o "espírito maligno"? (v. 28).

Essa casta maligna requer disciplina espiritual, essa espécie de espíritos demoníacos só é expulsa com oração e jejum (v. 29).

3- Análise rápida dos Fatos

  • Um problema de "saúde" seríssimo;
  • Uma multidão agitada com o conflito;
  • Um pai desesperado;
  • Um grupo de discípulos não preparados para a solução do problema.

3.1 - Despreparo Geral

Familiares, amigos, escribas e até os discípulos de Jesus Cristo estavam impotentes, despreparados, diante do problema.

  • O Povo em geral - geração incrédula e perversa;
  • Os escribas - discutiam a questão, questionavam...
  • Os discípulos de Cristo - demonstraram esforço, porém, não tinham disciplina espiritual: oração e jejum.

3.2 - Desconhecendo o inimigo

Mais um caso de possessão demoníaca? Cuidado com as aparências!

Há vários tipos de batalhas e de estratégias do inimigo; há vários tipos de espíritos malignos: Casta - espécie, tipo.

Às vezes o problema está diante de nossos olhos, mas não conseguimos discerni-lo da maneira adequada. Quem está por trás desse problema?

3.3- As Conseqüências quando desconhecemos o inimigo:

  • Utilizamos as armas e estratégias erradas, atiramos no escuro e não atingimos o inimigo;
  • Gastamos nossas forças e reservas em vão;
  • Sofremos baixas e grandes frustrações;
  • O problema continua e ganha força.

4- O que Jesus nos ensina aqui?

  • Que há problemas que são gerados/potencializados por espíritos malignos;
  • Que a incredulidade e a perversidade favorecem a manifestação e o desenvolvimento de problemas de difícil solução;
  • Que a religiosidade não tem poder de expulsar demônios;
  • Que é preciso discernir o tipo de problema - identificar a casta demoníaca;
  • Não basta ser crente é preciso estar preparado;
  • Há procedimentos específicos para cada tipo de situação;
  • A vitória contra esse tipo de demônio exigia Fé e uma vida de disciplina espiritual: ¹ oração e ² jejum.

Fé e disciplina espiritual para ser fortalecido interiormente e estar preparado para enfrentar as batalhas contra essa casta maligna.

O jejum como disciplina espiritual

  • O aspecto exterior do Jejum é abster-se total ou parcialmente de água/líquidos e alimentos; é uma abstinência do pão nosso de cada dia pelo Pão da Vida.
  • No âmbito espiritual, o jejum é um sinal de humildade e tristeza pelo pecado, mas também uma disciplina interior que permite o crente ser alimentado somente por Deus. A disciplina do jejum ajuda a manter a mente livre de perturbações/contaminações e o espírito em sintonia com Deus. O jejum aguça o discernimento espiritual.

Jejuar não é fazer um sacrifício religioso, passar fome ou iniciar um regime. Jejuar implica buscar a Deus. Essa busca é voluntária e só tem efeito quando unida à oração, ao arrependimento e autorreflexão.

Assim como o atleta precisa de autodisciplina, semelhantemente o cristão necessita de disciplinas espirituais que favorecem o seu crescimento espiritual e, consequentemente, o preparo devido para obter a vitória diante dos desafios da vida cristã.

Mas esmurro o meu próprio corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de haver pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado. 1 Co 9:27.

A consagração espiritual através do jejum significa "apresentar-se" a Deus, tê-lo como centro de tudo, viver nEle e para Ele. Essa apresentação é voluntária; uma entrega livre. O que Deus espera de cada um de nós é uma apresentação voluntária e não imposta. Devemos nos consagrar a Deus porque queremos e desejamos isso de todo o coração. Sendo assim, a disciplina do jejum deve ser apenas um propósito entre você e Deus, e ninguém mais deve tomar conhecimento (Mateus 6.18).

Conclusão:

Jesus é o mais valente, o mais forte, o mais poderoso. Creiamos nesta verdade, sejamos seus seguidores e tenhamos uma vida de fé e de disciplina em oração e jejum para que tenhamos discernimento e alcancemos crescimento e fortalecimento espiritual.

Pense nisso e que Deus nos abençoe rica e abundantemente. Amém!

Nota: Antes de começar a jejuar, você precisa definir o objetivo, o tempo de duração e o tipo de jejum a ser feito. Tenha cautela ao definir o tipo de jejum, para não causar sérios prejuízos à sua saúde, física e mental. Em caso de dúvida, conve