Administradores do Reino de Deus

19/11/2023

Administração cristã é um título amplo; é o gerenciamento daquilo que Deus nos deu para nós mesmos, para a edificação dos outros e acima de tudo, para a glória do SENHOR.

Adão, por exemplo, foi o mordomo de tudo o que Deus lhe deu e ele administrou tudo.

A administração das coisas pertinentes ao Reino de Deus nesta terra, envolve todas as áreas de nossa vida, todos os recursos, potenciais, dons, talentos, influência,tempo, força, bens, dinheiro, inteligência, sabedoria, etc.

O SENHOR nos confiou essa sublime missão de cuidar, administrar e saber aplicar, investir e multiplicar os recursos que nos foram confiados.

Não é uma tarefa fácil:

  • Nem todos sabem que são mordomos de Deus;
  • Nem todos têm a habilidade de administradores;
  • Nem todos investem neste conhecimento;
  • A maioria desperdiça os tesouros que lhe foram confiados.

Diante disso, iremos estudar uma parábola que nos fornece alguns princípios gerais sobre a boa mordomia, que Jesus ensinou.

Primeiro, estudaremos a parábola em si e depois extrairemos alguns princípios e ensinamentos ela ensina.

Parábola dos Talentos - Mateus 25:14-30

O Mestre confia seus bens - vs. 14-15

14 Pois é como um homem prestes a partir, que chamou os seus próprios servos e lhes confiou os seus bens. 15 A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, cada um segundo a sua capacidade; e ele seguiu sua jornada.

  • A primeira observação é que o SENHOR promove escravos em administradores. Concede-lhe uma grande oportunidade. Esses servos receberam responsabilidade especial por terem controle sobre a riqueza de seu senhor. Talento era uma quantia de 6.000 Denários que valia aproximadamente 600 mil Reais hoje, uma pequena fortuna. Observe que cada um recebeu uma quantia diferente e cada um de acordo com sua capacidade. Cada um tinha o suficiente para trabalhar, mas não além de sua capacidade de administrar: 5x600.000,00 = 3.000.000,00; 2x600.000,00 = 1.200.000,00; 1x60.000,00 = 600.000,00.

Administração dos Servos – vs. 16-18

16 Imediatamente aquele que recebera os cinco talentos foi negociar com eles, e ganhou mais cinco talentos. 17 Da mesma forma, aquele que recebeu dois talentos ganhou mais dois. 18 Mas o que recebeu um talento foi embora, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.

O primeiro imediatamente começou a trabalhar. Obviamente pronto para o desafio e a oportunidade. Ele consegue um retorno do investimento de 100%. O segundo servo faz a mesma coisa da mesma maneira, com resultados semelhantes. O terceiro servo não teve direção e nem propósito. Ele esconde o dinheiro em um buraco (de acordo com o costume oriental).

Ajuste de contas - vs. 19-30

1. Mestre retorna – vs. 19

Depois de muito tempo, o senhor daqueles servos retornou.

O mestre havia confiado aos seus servos os recursos necessários para desenvolverem suas habilidades e se tornarem bons administradores. Havia chegado o momento de um acerto de contas.

2. Relatório do Primeiro Servo – vs. 20-21

20 Aproximou-se aquele que recebera os cinco talentos e trouxe mais cinco talentos, dizendo: 'Senhor, confiaste-me cinco talentos. Veja, ganhei mais cinco talentos.' 21 Seu senhor lhe disse: 'Muito bem, servo bom e fiel. Você foi fiel no pouco, eu o colocarei no comando de muitas coisas; entre na alegria do seu mestre.'

O servo traz o investimento e o lucro originais. O Mestre responde a ele com aprovação e recompensa.

  • Aprovação/confirmação pessoal da sua capacidade, sucesso e fidelidade.
  • Recompensa: Promessa de uma posição maior.

O primeiro servo demonstrou capacidade administrativa, sucesso empreendedor e fidelidade ao seu patrão nas pequenas coisas, agora lhe serão confiadas coisas maiores. (Princípio de como Deus trata conosco.) É interessante notar que na parábola, grandes somas de dinheiro são consideradas "pequenas coisas" – sugerindo a grande riqueza e generosidade do mestre.

3. Relatório do Segundo Servo – vs. 22-23

22 "Também aproximou-se aquele que recebera os dois talentos e disse: 'Senhor, tu me confiaste dois talentos, aqui estão outros dois que ganhei. 23 Disse-lhe o seu senhor: 'Muito bem, servo bom e fiel. Foste fiel no pouco, sobre muitas coisas te colocarei; entra na alegria do teu senhor.'

Situação e relatório semelhantes. Aprovação e recompensa são semelhantes, mas em proporção à sua capacidade administrativa.

4. Relatório do terceiro servo – vs. 24-25

24 "E aproximou-se também aquele que recebera um talento e disse: 'Mestre, eu sabia que és um homem duro, que colhe onde não semeaste e recolhe onde não espalhaste. 25 E tive medo , e escondi o seu talento no chão. Veja, você tem o que é seu.'

O servo começa criando uma desculpa para seu fracasso e, pior, culpando seu mestre. Ele chamou o seu Senhor de uma pessoa 'difícil - desumana', exigente demais... termos de reprovação. Seu argumento era que se ele perdesse o dinheiro, seu mestre, iria puni-lo, então ele decidiu não fazer nada.

O terceiro servo, além de não administrar nada, de não se esforçar em nada, de desperdiçar uma grande oportunidade; não demonstra arrependimento, não lamenta a situação, mas defende-se culpando o seu patrão, demonstrando total infidelidade ao seu Senhor.

5. Resposta do Mestre – vs. 26-27

26 "Mas seu senhor respondeu e disse-lhe: 'Servo mau e preguiçoso, você sabia que eu colho onde não semeei e recolho onde não plantei nenhuma semente. 27 Então você deveria ter colocado meu dinheiro no banco , e na minha chegada eu teria recebido meu dinheiro de volta com juros.

Ele não responde à acusação feita sobre ele. Ele julga com base nos comentários do servo e lhe acrescenta a avaliação de seu caráter:

  • Mau – Atributo do maligno.
  • Preguiçoso - Não apenas o tipo que nunca faz nada, mas que consegue criar problemas.
  • Tolo – Se o que ele disse sobre seu mestre fosse verdade, a coisa mais sábia a fazer era depositar o dinheiro a juros. "Você deveria ter deixado os banqueiros fazerem o trabalho para mim, se tivesse competência ou gosto de fazer."

6. O Julgamento – vs. 28-30

Então o Senhor julga este servo:

28 Portanto, tire-lhe o talento e dê-o ao que tem os dez talentos.'

O terceiro servo perdeu o dinheiro, a oportunidade e bênçãos que a acompanham.

Porque a quem tem, mais será dado, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. V.29.

Jesus não está estabelecendo um princípio de justiça social nesta parábola; Ele está explicando como as coisas funcionam no reino dos céus! O princípio de que os ricos que administram as coisas do Senhor bem ficam mais ricos e os pobres que administram mal ficam mais pobres.

Por exemplo:

Aqueles que cuidam bem dos recursos, dons, talentos, inteligência, bens, dinheiro, sabedoria, influência, tempo, oportunidades, conhecimento, etc;

Aqueles que são empreendedores espirituais e investem tudo que receberam de seu Senhor na expansão do Reino de Deus nesta terra.

Aqueles que em tudo mostram fidelidade a Deus, não trazem glória para si mesmos e sim para o seu Senhor. Suas bênçãos não apenas se somam – elas se multiplicam – há um salto quântico em seu crescimento.

Por outro lado, aqueles que são infiéis e preguiçosos são servos inúteis. Infelizmente, perderão tudo, aqui e no porvir.

30 Jogue fora o escravo inútil nas trevas exteriores; naquele lugar haverá choro e ranger de dentes.

O terceiro servo é posto fora da casa do senhor, o que equivale ao sofrimento e à condenação. Ele perdeu a oportunidade, os bens e a sua posição. Foi separado de seu mestre. Tudo isso nos mostra os elementos de nosso próprio julgamento como mordomos quando se trata:

  • Revelação do que somos – fiéis/infiéis
  • Revelação de nossa administração.

Resumo

Esta parábola nos dá instruções sobre a boa e a má mordomia. Agora vamos procurar extrair algumas lições sobre a boa administração.

1. A boa administração envolve riscos

É preciso entender que a administração do Reino de Deus envolve risco e por isso exige: fé, capacitação e perseverança.

Boa administração é fazer algo construtivo com o que você tem. Os servos devem trabalhar, arriscando-se a perder talentos para obter lucro. Envolve investimento sábio na obra do Senhor. Os recursos são de Deus e Ele quer lucro, não apenas contas equilibradas, não apenas tudo contabilizado.

Precisamos entender que não existe sucesso administrativo sem riscos. Se há boa disposição e fidelidade, certamente o Senhor não nos deixará cair quando estivermos em dificuldade.

Precisamos nos preocupar com as almas perdidas, investir a nossa energia emocional, talentos e recursos em ajudar as pessoas a encontrarem Jesus.

2. Boa administração envolve excelência

Como administradores dos talentos e das bênçãos de Deus, precisamos estar conscientes de que, seja o que for que fizermos, devemos fazê-lo bem, da melhor maneira, com excelência. Do trabalho mais simples ao mais importante.

Jesus deixa claro o ensino de que o crescimento pessoal e corporativo no reino envolve o aprendizado da responsabilidade e da excelência em pequenos assuntos antes de serem confiados os grandes.

A realidade é que as pessoas na Igreja nem sempre veem ou têm autoridade para nos recompensar pelo que fazemos - mas Deus vê e só Ele pode julgar; Ele recompensará e também punirá com base em nossa administração.

Faça o melhor, seja o melhor para o Mestre.

3. Uma boa administração envolve trabalho árduo

Um dia o servo de Deus será chamado ao Descanso do Senhor. Mas, até lá, a boa administração exige muito trabalho, porque há muito que se fazer e os trabalhadores da Seara são poucos.

Jesus derramou o seu sangue imaculado; o mínimo que devemos fazer é derramar a nossa última gota de suor na missão que o Senhor nos confiou.

Preguiçosos costumam ser infiéis, assim como trabalhadores costumam ser fiéis.

A boa mordomia exige o risco da fé, o compromisso com a excelência e o trabalho árduo, mas a recompensa vale a pena porque os bons administradores do Reino prosperam cada vez mais nas bênçãos espirituais de Cristo.

Quando se trata de administração do Reino de Deus algumas perguntas são inevitáveis:

1. Estou fazendo o que Deus me confiou?

2. Estou dando o meu melhor?

3. Estou procurando investir o que recebi do meu Senhor na expansão de Seu Reino nesta terra?

4. Quanto já fiz do que me foi confiado?

5. Estou pronto para a prestação de contas?

As perguntas acima são importantes, mas você é de fato um bom mordomo quando trabalha incansavelmente e ao mesmo tempo está pronto e ansioso pelo retorno do Mestre.

  • Se você não está desejoso da prestação de contas – tome a decisão de dedicar novamente sua vida ao Reino de Deus e fazer tudo o que está em suas mãos.

À medida que você sabe que administrou bem o que lhe foi confiado em todas as áreas da sua vida, você está pronto e desejoso da prestação de contas.

Pense nisso e que Deus lhe abençoe rica e abundantemente. Amém!